Um vídeo que circula na internet mostra um professor do Ciep Mestre Marçal Municipalizado, localizado no Jardim Campomar, em Rio das Ostras, sendo agredido e humilhado em sala de aula. Alunos depredam o quadro branco, rasgam as provas e atiram objetos no professor. Segundo informações o fato ocorreu nesta terça-feira (18). Os vídeos foram filmados por um estudante do colégio enquanto a turma fazia prova.
Um dos adolescentes chega a arremessar uma pochete na direção do professor quando ele escrevia no quadro. O professor questiona se a intenção era atingi-lo e outro aluno responde: “‘Peraí’ que agora vai acertar” .O aluno chega a fazer ameaças graves quando é questionado por um colega.
“Vai matar o professor, cara? Faz isso não. O cara te dá aula, o cara é maneiro”, diz o colega, que recebe a resposta: “O cara nunca mais vai dar”.
Em outro momento do vídeo, o mesmo adolescente que arremessou a pochete amassa a prova na frente do professor. O jovem também tenta destruir as provas dos colegas e quando rasga uma folha, o colega debocha: “Aí, professor, acabou a prova!”. As imagens mostram ainda que um dos jovens chega a empurrar o professor exigindo que a porta ficasse aberta.
Nesta quinta-feira (20), um dos alunos que cometeu a agressão contra o professor, gravou um vídeo onde faz um pedido de desculpas. O fato não impediu que o professor pedisse demissão da escola.
Brasil #1 no ranking da violência
Uma pesquisa global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos) põe Brasil no topo de um ranking de violência em escolas. O levantamento é o mais importante do tipo e considera dados de 2013. Uma nova rodada está em elaboração e os resultados devem ser divulgados apenas em 2019.
Na enquete da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 12,5% dos professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana.
Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados – a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%. Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero.