Filho reconhece corpo de pescador cearense desaparecido no litoral do RJ após naufrágio de lancha

Uma das vítimas do naufrágio da lancha “O Maestro”, ocorrido em Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense do Rio, a caminho de Fortaleza, no Ceará, foi identificada no início da noite deste sábado (6). O corpo do pescador Wilson Martins dos Santos, de 57 anos, foi reconhecido pelo filho dele, Renato Marcolino, no Instituto Médico Legal (IML) de Macaé.
Renato viajou ao Rio de Janeiro para fazer o reconhecimento do corpo do pai, mas já havia confirmado que um colar e relógio encontrados com o corpo pertencia ao pescador. “Venho aqui, em nome da minha família Santos, oficializar que um dos dois corpos que foram encontrados realmente é do meu pai. Um grande homem, do mar, que tinha o sonho de fazer essa travessia, mas por um infortúnio não pôde completá-la”, declarou Renato em um vídeo. Wilson era pescador há mais de 40 anos e a família vive na Praia de Guajiru, no município de Trairi, a 126 quilômetros de distância de Fortaleza. Ele tem esposa e três filhos.
O segundo corpo encontrado pelas autoridades ainda segue sem identificação, mas há indícios de que seja de um dos donos da embarcação, o empresário Ricardo Kurst. A mulher dele, Tatiane Cruz, esteve no IML de Macaé na noite de ontem (5) e reconheceu objetos que foram encontrados junto ao corpo: uma mochila, um relógio e um talão de cheques em nome dele. Porém, a esposa de Ricardo não chegou a fazer o reconhecimento, pois passou mal e foi levada para o Hospital Público Municipal (HPM).

O cadáver já passou por papiloscopia, mas ainda não foi identificado, pois aguarda o cruzamento de dados entre a Polícia Civil dos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – onde Ricardo nasceu-, para que possa ser reconhecido por digitais. Segundo a perícia, o estado de decomposição do corpo, dificulta o reconhecimento pelas características físicas.

Os dois corpos foram localizados pela Marinha na noite de quinta-feira (4), a 50 km da costa de Cabo Frio, na Região dos Lagos, em uma área próxima ao freezer recolhido nesta terça-feira (3), que apresenta características semelhantes ao que estava a bordo da lancha “O Maestro”.

Estavam na embarcação: Guilherme Ambrósio, como comandante; Cláudio de Souza, operador de máquinas; Wilson dos Santos, pescador; e Ricardo Kirts e Domingos de Souza, donos do equipamento. Familiares relatam que no último contato, os homens descreveram as condições insatisfatórias do tempo. Naquele dia, afirmam, chuva e vento estavam intensos, o que dificultaria a continuidade do trajeto.

Buscas

O navio-patrulha e aeronaves da Marinha do Brasul já fizeram varredura “em área de mais de 55 mil km², percorrendo uma faixa litorânea entre o Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), e a Restinga da Marambaia (RJ), com um afastamento de até 90 km da costa”, informou a Marinha.

O grupo desapareceu no dia 29 de janeiro, três dias após sair da Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro, rumo a Vitória, no Espírito Santo, para fazer o primeiro abastecimento da lancha. Um dia antes, porém, o motor da embarcação havia apresentado problemas técnicos. As buscas pela embarcação foram iniciadas pela Marinha no dia 31 de janeiro e continuam mesmo com o mau tempo. Os outros três ocupantes da lancha seguem desparecidos.
Fonte: Jornal O Dia