Aeronave faz pouso de emergência minutos após decolar da plataforma P-51, na Bacia de Campos

 

Um helicóptero da Omni Táxi Aéreo precisou fazer um pouso de emergência depois de decolar da plataforma P-51, no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, a 150 km da costa de Macaé, neste sábado (21), por problemas técnicos em um voo com destino ao aeroporto de Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes. A aeronave, que levava trabalhadores para a troca de turma, chegou a sair da unidade marítima e decolar, mas ficou poucos minutos no ar.

 

Por problemas no motor, que foram confirmados pela Omni, a aeronave precisou retornar ao heliponto de origem, por volta das 7h50. Segundo o relato de funcionários da P-51, durante o voo, os motores da aeronave começaram a fazer um ‘barulho diferente’. Ainda conforme os relatos, antes do pouso de emergência, a cerca de 5 metros de altura do helideck, a aeronave teria se chocado com o heliponto, chegando a perder algumas de suas ferramentas.

 

Os tripulantes saíram andando da aeronave e seguem na unidade aguardando um novo voo. Ninguém se feriu. Em nota, a Omni Táxi Aéreo informou que o helicóptero apresentou uma intercorrência no motor #2 no momento da decolagem para a troca de turma da unidade marítima, fazendo com que o piloto cancelasse a mesma. Segundo a empresa, a aeronave pousou normalmente e cortou motores a seguir para verificar o ocorrido.

 

“Foi enviado um inspetor de manutenção para avaliação do motor e este confirmou a necessidade de troca do mesmo. A Omni Táxi Aéreo informa que preza pela segurança e transparência, afirmando que não houve acidente e riscos para passageiros e tripulação. Seguimos com a operação de retirada da aeronave da unidade marítima para as intervenções de manutenção o mais breve possível”, disse o documento.

 

Já a Petrobras, responsável pela unidade marítima, comunicou o caso como incidente e afirmou que não houve nenhum impacto nas operações da plataforma. A Petrobras afirmou ainda que está junto com a Omni tomando as devidas providências para realizar a manutenção do helicóptero. A aeronave do modelo S-92, registro PR-OHE, segue no local até que seja liberada. O helicóptero é um dos mais utilizados da frota da Omni Táxi Aéreo para o apoio das operações de contratos de fretamento offshore.

 

Aeronave permanece amarrada no heliponto da P-51

 

Mecânicos da Omni Táxi Aéreo chegaram à P-51 neste domingo (22) para fazer a manutenção na aeronave, mas o conserto teria sido negado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que não concedeu permissão para os pilotos levarem sozinhos a aeronave para o Aeroporto de Farol de São Thomé.

 

A alternativa encontrada para liberar o heliponto e retirar a aeronave que já está há mais de 48 horas amarrada no local, foi a de desmontar as partes do helicóptero, que será conduzido por um rebocador e seguirá para terra por barco.

 

Quinzenas vencidas e desembarques por transbordo

 

Por conta do ocorrido, a unidade marítima está com um acumulado de 55 trabalhadores com a quinzena vencidas, somando os voos de sábado, domingo e desta segunda-feira (23).

Os desembarques começaram a ser feitos ainda nesta segunda, através de transbordo da P-51 até a plataforma P-56, de onde os trabalhadores seguem de voo até o aeroporto.

 

Trabalhadores temem segurança

 

Relatos de trabalhadores da P-51 dão conta de que a aeronave do modelo S-92, da Omni Táxi Aéreo, já havia apresentado falhas com perda de altitude. “Já vinham apresentando problemas com sinais, dando uma descida brusca e vindo a estabilizar. Teve um momento que puxou um pouco de lado”, relatou um trabalhador, que terá a identidade preservada.

 

Sindicato confirma acidente

 

O Sindipetro-NF trata o caso como acidente e informou que que solicitou participação na Comissão de Investigação do ocorrido. “A presença de uma aeronave no heliponto significa que o mesmo está inoperante, ficando a sim a unidade sem a possibilidade de resgate rápido para emergência, preconizado pela NR37. Portando a unidade deve parar a produção e qualquer serviço que não seja emergencial para a manutenção da habitabilidade da unidade” – disse Alexandre Vieira, diretor do Sindipetro- NF.