Em decisão proferida na manhã desta segunda-feira, 23, a Justiça Eleitoral questionou a pesquisa divulgada pelo presidente da Câmara de Rio das Ostras, Maurício BM, candidato do prefeito Marcelino da Farmácia. O despacho da 184ª Zona Eleitoral de Rio das Ostras determina que o representado, a empresa Costa Mariath Intelligence, permita acesso ao sistema interno de controle, verificação e fiscalização da coleta de dados, incluindo entrevistas realizadas. A medida visa confrontar os dados coletados e garantir a integridade das informações publicadas.
Histórico duvidoso
O Instituto Costa Mariath, comandado por Ricardo Mariath, já esteve envolvido em diversas polêmicas e fraudes eleitorais em municípios fluminenses. Em 2022, o instituto foi alvo de investigações do Ministério Público por conduzir pesquisas fraudulentas em áreas como a Baixada Fluminense e, mais recentemente, em cidades como Miracema e Casimiro de Abreu. Nessas localidades, as pesquisas realizadas pelo instituto foram contestadas e criticadas por especialistas devido a discrepâncias significativas em relação a dados fornecidos por institutos renomados.
O proprietário, Ricardo Mariath, já foi preso por envolvimento em práticas ilegais, e a empresa é constantemente associada à disseminação de fake news, promovendo resultados de pesquisas que favorecem determinados grupos políticos. As investigações revelam a falta de transparência no processo de coleta de dados e o uso de estratégias para manipular a opinião pública.
Implicações para a campanha de Maurício BM
A divulgação da pesquisa de Maurício BM pelo Instituto Costa Mariath gerou imediata contestação, não só por opositores políticos, mas também por outros institutos de pesquisa, como o Paraná Pesquisas, que apresentaram resultados diferentes, indicando uma clara vantagem para a oposição. O instituto utilizado por Maurício BM tem um histórico problemático e já foi condenado por fraudes eleitorais, levantando suspeitas sobre a legitimidade dos dados apresentados.
O grupo político de Marcelino da Farmácia, do qual Maurício BM faz parte, já está sob investigação da Polícia Federal por envolvimento em uma milícia digital destinada à manipulação de informações eleitorais através da disseminação de fake news. A estreita relação entre o Costa Mariath e o grupo político local só aumenta as suspeitas sobre a lisura das pesquisas.
Ação da Justiça Eleitoral
Diante da decisão da Justiça Eleitoral de Rio das Ostras, o Instituto Costa Mariath terá que permitir uma verificação detalhada do seu processo de coleta de dados, assegurando que as entrevistas realizadas sejam auditadas para verificar a sua autenticidade. O despacho determina que todas as planilhas, mapas e informações referentes às pessoas entrevistadas sejam disponibilizadas para conferência, preservando-se a identidade dos entrevistados, conforme previsto na Resolução TSE nº 23.600/2019.
Essa decisão demonstra a atuação firme do Tribunal Regional Eleitoral para coibir práticas eleitorais fraudulentas e garantir a integridade do processo democrático em Rio das Ostras. É fundamental que a população se mantenha atenta e informada, evitando ser induzida por resultados de pesquisas que não reflitam a realidade.
Conclusão
A impugnação da pesquisa divulgada por Maurício BM evidencia o papel fundamental da Justiça Eleitoral na proteção da integridade do processo eleitoral em Rio das Ostras. Com um histórico de fraudes e manipulações, o Instituto Costa Mariath novamente se encontra no centro de uma controvérsia que pode impactar a disputa local. As autoridades continuarão monitorando de perto a divulgação de novas pesquisas, buscando garantir que a vontade popular seja respeitada sem interferências fraudulentas.
Rio das Ostras acompanha de perto o desdobramento dessa história, onde mais do que nunca, a veracidade das informações se torna crucial para o destino da política local.