Violência explode nas comunidades de Macaé; Confrontos armados duram três dias

Pelo terceiro dia consecutivo, moradores das comunidades de Macaé têm convivido com a violência. A ousadia dos criminosos parece não ter limites. Os confrontos entre os próprios traficantes também contra a polícia acontecem qualquer hora do dia.

O último confronto foi registrado na tarde desta quarta (20), por volta das 17h, quando bandidos da comunidade das Malvinas atacaram a base da Polícia Militar. Em vídeos e áudios que circulam na internet, é possível perceber que armas de grosso calibre e até metralhadoras eram usadas.

Agentes da Polícia Federal (PF) foram acionados para dar apoio a operação que acabou se tornando ‘uma praça de guerra’.Moradores registraram os ataques de bandidos contra os policiais em via pública. Alguns comércios que estavam abertos tiveram que fechar as portas devido ao intenso tiroteio, enquanto isso, muitos que deveriam estar em casa no isolamento social,e estavam nas ruas, buscavam abrigos na quadra de esporte ou em ruas desertas para fugir de bala perdida.

A troca de tiros ocorreu também nas comunidades Botafogo e Nova Holanda. Os primeiros confrontos da guerra pelo tráfico de drogas foram registrados na terça-feira, quando um suposto traficante identificado como, Fabrício Nascimento Rosa, de 30 anos, morreu durante o tiroteio. Outro suspeito ficou ferido e encaminhado para o Hospital Público de Macaé.

As comunidades onde ocorreram os confrontos são consideradas pela Polícia Militar áreas dominadas pelo tráfico de drogas e o motivo desses ataques contra os militares foi após o patrulhamento de rotina no momento em que chegava um grande carregamento de drogas.

Na última terça-feira (19), a PM apreendeu 780 trouxinhas de maconha, um fuzil e uma pistola. O efetivo policial foi reforçado para evitar novos ataques.

Homicídios cresceram 70% no primeiro trimestre de 2020

O número de homicídios no primeiro trimestre deste ano em Macaé sofreu um aumento de 70% em comparação ao ano passado. É o que aponta os dados do Instituto de Segurança Pública do Estado (ISP).  Além da pandemia do novo coronavírus, a população enfrenta também a violência, fruto da invasão de facções criminosas que lutam para dominar os territórios nas comunidades macaenses.

No acumulado deste ano (de janeiro a março), o aumento no número de homicídios chegou a 41 ocorrências, quase o dobro do mesmo período do ano passado, que chegou a 24 assassinatos, ou seja, um aumento de 70% na taxa de homicídios.

Ainda segundo dados do ISP, o mês de março foi um dos mais violentos na cidade, que registrou 23 mortes por arma de fogo, ao contrário dos meses de fevereiro que foram registrados 5 e janeiro 13 casos. Já no ano passado, o mês de janeiro foram contabilizados apenas 4 casos, fevereiro 14, e março apenas 6 crimes.

As medidas de isolamento social para combater a pandemia do novo coronavírus e a consequente diminuição do fluxo de pessoas nas ruas,  determinadas por decretos do Governo do Estado desde o dia 16 de março, não impediram o aumento do número de homicídios no município.