PF encaminha à Justiça Eleitoral flagrante de doação de brinquedos feita por candidato na Malvinas, em Macaé

A Polícia Federal (PF) ouviu ontem (1), o depoimento dos envolvidos no caso envolvendo o nome do candidato a deputado estadual nas eleições 2018, Chico Machado, na doação de pouco mais de R$ 34 mil em brinquedos feita à Associação de Moradores da Malvinas, em Macaé.

O flagrante ocorreu nesta segunda-feira (1), durante uma operação realizada pelo Grupamento de Ações Táticas da Polícia Militar (GAT). Segundo o delegado da PF, Luiz Gustavo Carvalho, agentes da PM cruzaram com um caminhão na ponte da Malvinas e decidiram abordar o motorista.

Ao ser questionado, o condutor da carreta disse aos militares que teria descarregado diversas caixas contendo brinquedos na sede da associação da comunidade. Em um vídeo gravado pela PM, o homem que levou o material, disse que a carga doada pertencia ao candidato Chico Machado.

Ainda de acordo com o delegado da PF, os agentes do GAT fizeram o motorista voltar à associação e colocaram de volta na carreta todo o material descarregado no local. Após isso, o motorista foi levado para a sede da PF. O caminhão, a carga e o celular do condutor foram apreendidos.

A Polícia Federal ouviu dois dos policiais que participaram do flagrante. Depois foi a vez do motorista ser ouvido. Segundo a PF, três advogados chegaram rapidamente à sede policial para dar auxílio ao suspeito. Em seu depoimento, o condutor, que não teve a identidade revelada, mudou a versão dita à PM e disse que “achava que a carga pertencia ao candidato a deputado estadual”, mas que, na verdade teria ido até o local para fazer um frete a pedido do irmão, que seria o dono do caminhão.

O proprietário da carreta também foi ouvido e disse desconhecer a origem do material. “O irmão do motorista disse que teve seu serviço de frete contratado por uma líder comunitária da Malvinas para fazer o traslado do material e que desconhecia a origem do mesmo”, afirmou Carvalho.

Logo em seguida, foi a vez da líder comunitária ser ouvida. Em suas declarações, a mulher afirmou ter recebido R$ 40 mil de um empresário do ramo de gás para comprar presentes para a festa de Dia das Crianças da comunidade. Segundo a mulher, os brinquedos teriam sido comprados em Unamar, distrito de Cabo Frio.

O empresário que teria feito a doação também foi ouvido e disse que doou a quantia em espécie, sendo assim, não teria nenhum comprovante do pagamento. Ainda de acordo com a PF, o empresário disse que doou R$ 20 mil e outros R$ 20 mil foram doados a ele por outros empresários. “Ele afirmou que juntou a quantia e fez a doação para a líder comunitária, fornecendo ainda os nomes e os telefones dos outros empresários que teriam ajudado na doação”, disse o delegado da PF.

O candidato Chico Machado não foi citado para prestar depoimento. O caso agora será remetido à Justiça Eleitoral, para que seja concluído se trata-se ou não de crime eleitoral. Caso a justiça opte pela instauração de inquérito, o caso voltará para a PF, onde será investigado. “Por enquanto não há provas concretas de que o Chico Machado tenha praticado algum crime eleitoral. Neste momento há suspeitas da participação dele na doação dos brinquedos à associação, mas não há inquérito. Temos que aguardar o parecer da Justiça Eleitoral”, encerrou o delegado Luiz Gustavo Carvalho.