Comerciantes e donos de restaurantes de Macaé são alvos de trotes de quadrilhas que agem de dentro de presídios

Supostos traficantes têm feito ligações diárias para diversos estabelecimentos do município, pedindo dinheiro para não praticarem assaltos.

Foto Ana Chaffin / Prefeitura de Macaé

Comerciantes locais e empresários do Polo Gastronômico da Praia dos Cavaleiros, em Macaé, se tornaram alvos de fraudes telefônicas feitas por quadrilhas criminosas. Há cerca de um mês, supostos traficantes iniciaram os trotes com o objetivo de extorquir donos de estabelecimentos.

Um comerciante, que preferiu não se identificar, afirma ter recebido várias ameaças, uma delas, no início da tarde desta quinta-feira (19). Segundo a vítima, um homem ligou para o seu restaurante e se identificou como traficante da comunidade da Malvinas, exigindo uma quantia em dinheiro no valor de R$ 3 a R$ 4 mil por mês.

O suposto bandido afirmou ainda que, caso o estabelecimento comercial não aceitasse a proposta, o comércio seria alvo de vandalismo e clientes poderiam ser assaltados a qualquer hora do dia. Ainda segundo o comerciante do bairro Cavaleiros, no início da semana três proprietários de restaurantes do Cavaleiros e um do Centro, foram vítimas de ameaças de bandidos.

Segundo o comandante do 32º Batalhão de Polícia Militar (32º BPM), tenente-coronel Rodrigo Ibiapina, trata-se de um golpe praticado por quadrilhas que agem de dentro de presídios. “ É um golpe de extorsão. Eles ligam, ameaçam, passam contas para depósito e se o empresário ou comerciante entrar em pânico e pagar, irá se tornar um ciclo vicioso”, explica Ibiapina

Ainda de acordo com o comandante, este tipo de trote é corriqueiro e ocorre em várias cidades. “Bandidos se aproveitam de momentos de instabilidade. São lendas urbanas que vão crescendo. Se o primeiro pagar, isso não acaba mais”, acrescentou.

O comandante ainda informou que agentes do Serviço Reservado da PM (P2) estiveram nas regiões citadas e não registraram nenhuma movimentação suspeita. Ibiapina esclareceu também a importância do registro da ocorrência das ameaças recebidas. “ O certo é não ceder as ameaças e registrar o ocorrido na delegacia, para que a Polícia Civil possa investigar e chegar à autoria”, declarou. Comerciantes se reuniram com a Associação do Polo Gastronômico e afirmaram que irão até à 123ª Delegacia Policial de Macaé (123ª DP) para registrarem os casos.