Palco de uma operação deflagrada pela Polícia Civil em conjunto com a Polícia Militar e a Guarda Municipal, que resultou na prisão de cinco pessoas por tráfico e na apreensão de drogas no último sábado (16), a boate La Playa, localizada no bairro Enseada das Gaivotas, em Rio das Ostras, emitiu uma nota, nesta segunda-feira (18), explicando o ocorrido.
No documento, a casa de shows alega que as forças de segurança entraram no estabelecimento sem mandado de busca e a apreensão, revistando cerca de 200 pessoas que assistiam a apresentação de um DJ. Os responsáveis pelo estabelecimento afirmam na nota que, ao contrário do que foi apresentado pela polícia, nenhuma droga foi apreendida nas dependências particulares da casa de shows, tendo os entorpecentes sido encontrados com usuários e em carros estacionados ado lado de fora do local.
O documento ressalta que a boate La Playa possui alvará de funcionamento expedido pela prefeitura de Rio das Ostras, com certificado validado pelo Corpo de Bombeiros. A nota afirma ainda que a casa dispõe de seguranças terceirizados contratados para coibir o uso e a comercialização de entorpecentes no local.
Polícia Civil contesta nota
Procurado por nossa equipe de reportagem, o delegado titular da 128ª Delegacia Policial de Rio das Ostras, Dr. Ronaldo Andrade Cavalcante, contestou as informações contidas na nota emitida pela boate.
“Os donos da boate foram indiciados na permissão do uso de entorpecentes no local. Colhemos depoimentos dos usuários e dos presos, e é uníssono não se saber que ali se vendia droga”, afirmou o delegado.
Em relação à cassação do alvará da La Playa, Cavalcante afirmou que a Polícia Civil irá oficiar a prefeitura de Rio das Ostras para que seja feita a revisão da autorização de funcionamento da boate. “A gente também vai abrir um procedimento para ter ciência do conteúdo do laudo emitido pelo Corpo de Bombeiros que deu positivo para a realização de eventos desse porte, pois não eram 200 pessoas e sim 400, segundo informações colhidas no local”, destacou o delegado.
Com relação à falta de um mandado de busca e apreensão, Cavalcante afirmou que a operação batizada como “Dama de Negro” foi deflagrada através de denúncias, não havendo necessidade de nenhum tipo de documento para que os agentes entrassem na boate. “Nós temos o dever de fiscalizar e por isso temos o que entrar no local e ali apurar o ilícito penal. Ingressamos no estabelecimento e encontramos drogas, inclusive nos setores privados da casa, além do que foi apreendido na pista. Então se a pessoa teve acesso às dependências da boate, há sim um forte indício de que os donos estavam cientes da venda de entorpecentes, quiçá envolvidos com a prática delituosa”, finalizou Ronaldo Cavalcante.
Na ação foram realizados dois flagrantes. No primeiro foram presos o DJ Gabriel Antônio Serrasqueiro, que é de São Paulo e o assistente dele, que estavam com droga sintética (ecstasy), maconha, cocaína e frascos com medicamentos.
As outras três pessoas presas são de São João de Meriti. Elas entravam e saíam da boate para buscar o material que ficava em um carro, segundo o delegado. Todos foram transferidos para um presídio de Campos dos Goytacazes nesta segunda (18) e vão responder por tráfico de drogas.
Veja a nota emitida pela boate: