A cada 22 horas, uma mulher é agredida pelo companheiro em Macaé

Uma mulher é agredida pelo companheiro a cada 22 horas em Macaé. O número alarmante foi divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) na última quinta-feira (10), que aponta, ainda, que a cada quatro dias, uma é vítima de feminicídio no estado do Rio de Janeiro.

Os números de violência contra a mulher tiveram alta no mês de fevereiro em toda a região Norte Fluminense e podem ser ainda maiores, já que muitas das vítimas não denunciam o agressor por medo ou vergonha, além de serem dependentes financeiras e emocionais dos companheiros.

Em Macaé, dois casos de feminicídio chocaram a população no mês passado. Uma mulher foi morta enforcada pelo ex-companheiro com o fio de um carregador. O homem já havia sido anteriormente condenado pelo mesmo crime e estava em liberdade condicional, com uso de tornozeleira eletrônica.

O outro caso chegou a ganhar repercussão nacional. A vítima foi morta a marteladas pelo companheiro. Em seguida, ele matou os tios dela, feriu outras duas pessoas e fugiu. O homicida foi encontrado morto horas depois em um motel na capital. A causa da morte dele ainda segue sendo investigada pela polícia.

Única vereadora mulher eleita em Macaé, Iza Vicente segue desde o início do mandato, em 2020, na tentativa de implantar políticas públicas para mulheres. Duas leis foram sancionadas: um programa de acolhimento para mulheres vítimas de violência e outra sobre a prioridade da mulher vítima de violência doméstica na aquisição de imóveis de programas habitacionais para famílias de baixa renda, além de outras medidas de reestruturação.

“Sabemos que muitas mulheres que sofrem violência doméstica não denunciam por medo de não ter para onde ir”, comenta a vereadora. No município, as vítimas de violência contam com um Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM), onde são são acolhidas e encaminhadas para locais seguros e recebem apoio emocional.