Com a morte da Rainha Elizabeth II, é posto em prática um plano cuidadosamente detalhado durante anos para a realização de seu funeral.
O roteiro determina ações a serem tomadas minutos, horas e dias após o falecimento.
Em 2007, o jornal “The Guardian” publicou alguns trechos, mas provavelmente houve mudanças desde então, porque o plano foi revisto duas ou três vezes por ano por funcionários do governo e do Palácio de Buckingham, pela polícia, pelo exército e pelas emissoras de TV.
Um cronograma oficial de como será a despedida de Elizabeth ainda não foi divulgado. A imprensa britânica estima que ela irá para seu descanso permanente em Windsor em 10 dias a duas semanas. Antes disso, deve haver um período de 3 ou 4 dias para que o público possa visitar o caixão e prestar homenagens no Parlamento britânico.
O plano para este momento de despedida ficou conhecido como “London Bridge” (Ponte de Londres).
De acordo com o que se sabe desse roteiro pelo que foi divulgado pelos jornais antes da morte de Elizabeth, o funeral da rainha se desenrolaria da seguinte forma:
Quando a morte é constatada, o primeiro-ministro (neste caso, a premiê Liz Truss, recém-empossada) é alertado com a seguinte frase: “a Ponte de Londres caiu”;
É colocado um aviso nos portões da residência oficial da monarca, o Palácio de Buckingham, e logo em seguida o mesmo texto é publicado no site da família real e nas contas de redes sociais.
No plano, a data da morte é chamado de “Dia D”. Os seguintes são D+1, D+2, e assim por diante.
Dia D
O Ministério de Relações Exteriores britânico envia a notícia para os 15 governos fora do Reino Unido onde a rainha é chefe de Estado, e para os outros 38 países da Commonwealth, onde ela também é respeitada.
Os ministros britânicos são imediatamente informados por e-mail do falecimento da rainha. Após isso, as bandeiras em Whitehall são abaixadas a meio mastro (em 10 minutos a partir do momento do anúncio).
A primeira-ministra Liz Truss faz um pronunciamento oficial e programa evento com o novo rei, Charles III.
Dia D+1
O chamado Conselho de Adesão, que inclui figuras importantes do governo, deve se reunir com Charles para proclamá-lo rei (o jornal “The Guardian estima que isso ocorreria no sábado, e não na sexta-feira)
Todos os trabalhos parlamentares serão suspensos por 10 dias;
Reunião entre a primeira-ministra, governo e o novo rei.
Dia D+2
O caixão da rainha retorna ao Palácio de Buckingham, possivelmente de avião.
Dia D+3
O rei Charles recebe moção de condolências no Westminster Hall, do Parlamento Britânico;
Em seguida, embarca numa viagem de luto pelo Reino Unido, começando pela Escócia. Ele recebe uma moção de condolências no Parlamento escocês e participa de uma celebração religiosa na Catedral de St Giles, em Edimburgo.
Dia D+4
Charles chega à Irlanda do Norte, onde recebe outra moção de condolências no Castelo de Hillsborough e participa de uma missa na Catedral de St Anne em Belfast;
Há um ensaio para o transporte do caixão entre o Palácio de Buckingham e o Palácio de Westminster.
Dia D+5
O caixão da rainha é transferido do Palácio de Buckingham para o Palácio de Westminster por uma rota cerimonial em Londres. Quando chega ao destino, há uma celebração religiosa no Westminster Hall.
Dia D+6
O corpo da rainha fica no Westminster Hall, que é parte do PArlamento, por 3 ou 4 dias para visitação pública. Ingressos serão emitidos para convidados “VIPs” para que possam ter um horário específico para prestar homenagem.
É realizado um ensaio para o cortejo do funeral de Estado.
Dia D+7
Charles viaja para o País de Gales, para receber uma moção do Parlamento galês e assistir a uma missa na Catedral de Liandaff, em Cardiff.
Dia D+8 e +9
Milhares de pessoas devem prestar suas homenagens à monarca mais longeva da história do Reino Unido.
Dia D+10
Este dia é proclamado de Luto Nacional;
Um funeral de Estado é realizado na Abadia de Westminster, em Londres;
Há 2 minutos de silêncio ao meio-dia em todo o país;
São realizadas 2 procissões, em Londres e Windsor;
A rainha é sepultada no Castelo de Windsor, na Capela Memorial do Rei George VI (ao lado de seu pai).
Depois deste processo, o retrato da rainha fica pendurado com uma fita preta em todas as prefeituras por um mês (o período de luto), até de ser transferido para um “local adequado” e trocado por um retrato do novo rei.
Todas as flores colocadas dentro e ao redor de palácios reais e prefeituras públicas serão removidas após o funeral de Estado.
Fonte: G1