Desde que o desastre em Brumadinho (MG) ocorreu e virou assunto comentado mundialmente, os moradores das regiões dos Lagos e Baixada Litorânea, estão preocupados com a Represa de Juturnaíba, localizada em Araruama na Região dos Lagos. Isso porque a divulgação do Relatório de Segurança de Barragens de 2017, realizado pela Agência Nacional de Mineração (AMN), cita a barragem de Juturnaíba com um alto Dano Potencial Associado (DPA) – um nível de risco de prejuízos mais elevados, em caso de um eventual acidente.
Para Sergio Ricardo, fundador do Movimento Baía Viva, a barragem de Juturnaíba apresenta um grande risco para o estado. “Juturnaíba é como uma bomba-relógio para o Rio. Há vários dejetos químicos no local”, disse.
A falta de fiscalização compromete essa e outras barragens no estado, e para Sérgio, seria necessário controlar e fiscalizar estas barragens. “Há uma fragilização neste sentido, uma vez que o recurso para esta finalidade vem diminuindo a cada ano”, explica.
O Instituto Estadual do Ambiente (INEA), levantou que em 2018, após a fiscalização, os responsáveis por essas estruturas foram notificados e orientados a adotar medidas corretivas, como reparos em comportas e a remoção de árvores existentes nas barragens.
O INEA informou que este ano já foi publicada uma resolução que explica cada detalhe da regulamentação da política estadual de segurança de barragem e que dá prazo de um ano para que os empreenderes se regularizarem com as exigências da política vigente.
A Concessionária Prolagos, disse que utiliza a barragem para o abastecimento de água e faz o monitoramento das condições da barragem de Juturnaíba 24 horas por dia. Além disso, para atestar a eficiência da operação, a empresa também conta com a análise de consultorias especializadas para realizar estudos técnicos e segundo o último laudo as condições estruturais da barragem estão dentro da normalidade.
De acordo com informações que constam no site da empresa em março de 2015 o valor médio das leituras diárias do nível de água foi de 8,41 metros referente a cota do nível do mar. Em 2018, esse número chegou a 8,54, em fevereiro e em dezembro já havia descido para 8,51.
A represa de Juturnaíba, situada entre os municípios de Araruama e Silva Jardim, é considerada por muitos como um santuário ecológico. Suas águas banham a Reserva de Poço das Antas, principal responsável pela sobrevivência e preservação do mico-leão dourado, no que resta de Mata Atlântica, no Rio de Janeiro. Ela responde, também, pelo abastecimento de água de toda a Região dos Lagos.
Mas esse paraíso está ameaçado, de acordo com vários levantamentos ficou comprovado que a lago está afetada por inúmeros fatores de poluição: esgoto sem tratamento, defensivos agrícolas e agentes químicos usados para tornar potável a água da lagoa (tornar a água potável).