Setembro Amarelo: Projeto “Me ajude a viver” ajuda a prevenir suicídios em Macaé

A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). O dado é muito preocupante. Você já deve ter ouvido o famoso ditado: “cão que muito ladra, não morde”. E muitos pensam que quem quer tirar a própria vida, não fala, não avisa e não faz. Ao contrário, em muitos dos casos, a pessoa que está apresentando algum comportamento suicida, fala, avisa e faz.

Segundo a estudante de psicologia, Béttany Carvalho Pereira, é importante considerar que para cada suicídio cometido existiram em média, de 10 a 20 tentativas anteriores.

Em Macaé, a estudante de psicologia criou o projeto Me Ajude a Viver, com apoio de outros estudantes de psicologia e incentivo da Coordenação de Psicologia da Universidade Estácio de Sá, onde estuda. A iniciativa, segundo Béttany, tem o objetivo de prevenir o suicídio, mas atua também depois que o ato foi cometido. “É a prevenção e pósvenção do suicídio. A pósvenção é auxiliar os enlutados/sobreviventes (pais, amigos, namorados, qualquer pessoa que se sinta afetada após um ato suicida) após a morte do sujeito, os sobreviventes ficam buscando justificativa por meio da culpa, abandono e demais sentimentos que rodeiam o ato, ou seja, os sobreviventes precisam de manejo terapêutico para seguir a vida”. A estudante de psicologia alerta para outro dado importante: se alguém próximo de nós, um familiar, amigo, cometeu o suicídio, a probabilidade do enlutado cometer o ato, é grande.

Em banheiros de duas faculdades de Macaé, Estácio e FEMASS (Faculdade Miguel Ângelo da Silva Santos) foram instaladas “caixinhas”, onde as pessoas informam o nome e um telefone de contato. Em um mês, os papéis são recolhidos pelos estudantes voluntários do projetos e encaminhados ao psicólogo voluntário. Neste período, a equipe entra em contato com a pessoa e inicia o trabalho de ajuda. “Fazemos a intermediação entre a pessoa que está pedindo ajuda e um psicológo voluntário”.  Diferente do CVV (Centro de Valorização à Vida), onde a pessoa liga e é atendida na hora, o projeto Me Ajude a Viver atende em Macaé e Rio das Ostras, depois de uma triagem e com ajuda de um psicólogo voluntário.

No próximo sábado, dia 15, voluntários do projeto Me Ajude a Viver estão na Orla da Praia dos Cavaleiros, em Macaé, em uma roda de conversa irão abordar a prevenção do suicídio,  com a participação de dois psicólogos voluntários, Tais Souza e Oditon Azevedo. Além disso,  também estarão disponibilizando as caixinhas para que as pessoas que buscam ajuda, deixem as informações necessárias para serem contatadas posteriormente.

Sempre pesquisando formas de prevenir o suicídio, a estudante Béttany explicou que o ato  é mais frequente entre os homens, na faixa etária de 15 a 29 anos de idade. “São homens solteiros, que moram sozinhos. E os homens têm dificuldade em pedir ajuda, preferem não expor seus sentimentos e angústia por uma questão cultural: ”homem não chora, homem não sofre”,  ficam com vergonha e preocupados com o que as pessoas vão pensar”.

O projeto Me ajude a Viver com os voluntários:

João Victor Chaves Ortiz

Thais da conceição Borges

Brenda de Mello Monteiro

Bruno Gama Moreira Lopes

Carlos Augusto Ribeiro Filho

Raphael Barreto Tavares

Eshley Silva Brazil Ribeiro

Rayssa Leonel Freitas Silva

Lucas Clem Grijó

Como prevenir o suicídio e detectar um comportamento suicida

Segundo Béttany, qualquer pessoa pode apresentar um comportamento suicida. Qualquer um, independente de classe social, religião ou sexo. E vários são os fatores que podem levar alguém a querer tirar a própria vida. Entre eles, pelo que aponta a estudante, são: desemprego (trazendo problemas financeiros), comportamento retraído, dificuldade de relacionamento pessoal, mudança na personalidade, doença psiquiátrica, uma perda recente importante  (morte, divórcio, separação), pessimismo, depressão ou apatia, entre outros.

Falta ou excesso de apetite, falta ou excesso de sono e outras mudanças de comportamento, como o isolamento e anedonia, que é a perda de interesse em atividades antes praticadas, sentimento de abandono, problemas familiares e escolares, desesperança em relação ao futuro e o uso de álcool e outras drogas, além de irritação, agressividade e constantes alterações de humor.

A estudante de psicologia alerta também que 90% dos casos de suicídios podem ser evitados. Entre as alternativas, ao ver alguém que esteja apresentando um comportamento suicida, conversar com a pessoa para que ela fale o que está acontecendo, o que está sentindo. “É importante sim ouvir, oferecer ajuda. As pessoas que estão tendo comportamento suicida, muitas deles, não são ouvidas. Precisam ser ouvidas, mas não julgadas. Ninguém quer sofrer. Eles não estão sabendo enfrentar o problema. E não é um problema à toa. É se colocar no lugar do outro. É preciso ouvir sim, porque quem quer cometer o suicídio quer falar”.

Redes de apoio em Macaé

Clínica Escola de Psicologia

Santa Teresa – Faculdade Salesiana

Serviços ofertados:

– Psicoterapia, avaliação psicológica e psicopedagógica, orientação profissional.

Onde?

– Rua Monte Elíseo s/nº, bairro Visconde de Araújo.

Ou: atendimentopsicoterapiafsma@gmail.com

Telefone: (22) 2791-8900 (contato: Andréa)

Serviço de Psicologia Aplicada

S.P.A. (Faculdade Estácio de Sá)

Onde?

R. Luís Carlos de Almeida, 113 – Granja dos Cavaleiros

Telefone: (22) 2757-7760

Núcleo de Saúde Mental

Serviços ofertados:

– Ambulatório de psiquiatria, psicoterapia.

Onde?

– Rua das Laranjeiras, sem número. Ponto de referência: Em frente ao Posto Tic Tac/ na rua sem saída.

Telefone: 2759-9410

Pronto-Socorro do Parque Aeroporto [PAM]

Serviços ofertados:

– Emergência psiquiátrica e outras, atendimento ambulatorial em psiquiatria e outros.

Onde?

– Rua Curuncango S/Nº – Parque Aeroporto. Ponto de referência: Ao lado da creche Nossa Senhora da Conceição.

Telefone: 2762-7095; 2793 0625