Haddad vira réu após delações na Lava Jato

As denúncias são de corrupção e lavagem de dinheiro

A Justiça transformou o ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado do PT à Presidência da República este ano, Fernando Haddad, em réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão foi tomada pela juiz Leonardo Barreiros, da 5ª Vara Criminal da Barra Funda. Haddad nega as acusações e diz que a denúncia não apresenta provas contra ele.

Em setembro, durante a campanha eleitoral, o Ministério Público Estadual de São Paulo apresentou a denúncia em que acusava Haddad de receber R$ 2,6 milhões de propina da empreiteira UTC Engenharia para pagamento de dívida contraída durante sua campanha à prefeitura de São Paulo em 2012.

A denúncia teve como base delações feitas pelo empreiteiro Ricardo Pessoa no âmbito da operação Lava-Jato.

Pessoa relatou em seu acordo de colaboração, que foi procurado por João Vaccari Neto, então tesoureiro do PT, para pagar dívidas da campanha de Haddad em 2012. O promotor sustenta que o pagamento foi feito por meio de caixa 2 a gráficas indicadas pelo ex-deputado estadual pelo PT Francisco Carlos de Souza, o Chicão.

Segundo a denúncia, Haddad recebeu o empresário Ricardo Pessoa para uma reunião na sede da prefeitura em 28 de fevereiro de 2013, quando já estava empossado no cargo. Em seguida, entre março e abril daquele ano, Vaccari se reuniu com Pessoa para tratar do pagamento da dívida do PT.

Para o promotor, a proximidade das datas desses encontros é um dos indícios de que Haddad tinha conhecimento das dívidas de campanha e de como foram feitos os pagamentos. Contudo, não há na denúncia comprovação de que a empreiteira tenha recebido contrapartidas do então prefeito, nem que Haddad tenha feito pessoalmente o pedido.

Haddad afirma que a denúncia não apresenta provas.