No dia seguinte à tragédia que matou 62 pessoas na queda do avião da Voepass, em Vinhedo (SP), a cidade de Cascavel, de onde partiu o voo, ainda começa a lidar com o luto e a comoção pela perda de tantos moradores. Pelo menos 28 vítimas da tragédia eram paranaenses, a maioria da própria Cascavel.
Pelas ruas, o clima na manhã deste sábado é de consternação no município de cerca de 350 mil habitantes, no interior do Paraná.
— Quando acontece na nossa cidade parece que não cai a ficha, não tem como não pensar que poderia ser nós. Podia ser eu, minha mãe, meu pai. É muito difícil. A cidade inteira está em luto — descreveu o executivo Gabriel Bick ao GLOBO.
Lojas, restaurantes e empresas do município estenderam faixas pretas em solidariedade às vítimas. Nas redes sociais, muitos moradores também expressaram a dor pela perda de tantas pessoas conhecidas.
“Eu perdi uma amiga, uma colega, uma cliente e uma parceira. Um amigo perdeu a noiva, outro a esposa, alunos perderam o professor. Cascavel ganhou um capítulo triste na história”, publicou a influenciadora digital Japa Mantovani.
A psicoterapeuta Deise Rosa explica que o luto coletivo é como uma sensação de mal estar comum a muitas pessoas, mesmo que elas não tivessem contato direto com nenhuma das vítimas do acidente aéreo.
— O sentimento coletivo de impotência e tristeza quando há muitas vítimas de um mesmo local é difícil de explicar. Mas no luto não existe certo e errado. Cada um vivencia de acordo com o que a sua estrutura emocional permite. Não tem esse negócio de ser forte. Se for preciso chorar, gritar, se desesperar, não se deve reprimir — pontua.
O Globo