Homem é içado em cinta de guindaste sem nenhum equipamento de segurança

Flagrante ocorreu às margens da Rodovia Amaral Peixoto, em Rio das Ostras

Um trabalhador foi flagrado por pessoas que passavam pela Rodovia Amaral Peixoto em Rio das Ostras, somente de chinelos, bermuda, camiseta, sem capacete,  pendurado em uma cinta de carga, içada em um guindaste , na entrada principal de um shopping do centro de Rio das Ostras. Aparentemente o trabalhador tentar instalar algum tipo de letreiro na fachada do shopping. Pessoas passavam normalmente na calçada abaixo, como se nada de irregular e perigoso não estivesse acontecendo ali.  A foto ganhou repercussão em redes sociais, ainda não se sabe do autor do flagrante.

É importante lembrar que existe uma norma técnica específica que regulamenta o trabalho em altura, a NR 35. Ela diz, no seu artigo 1, parágrafo 2, que considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda. o parágrafo seguinte acrescenta que a norma se complementa com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos Órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas, com as normas internacionais aplicáveis”, destaca a profissional.

No caso da foto, algumas irregularidades graves precisam ser destacadas. O trabalhador não usa qualquer tipo de equipamento de proteção individual – EPI. O equipamento de içamento do trabalhador é inadequado, irregular, pois utiliza uma cinta de carga e não um colete de içamento, que devia ser vestido pelo trabalhador, ou uma cesta onde o mesmo estaria protegido. E finalmente, a área do içamento não está fechada, sinalizada, isolada, o que coloca em risco outras pessoas que passam por sob o trabalhador içado. Aparentemente um auxiliar tenta cerca a área com uma corda, mas neste caso, toda a área ao redor do guindaste e do trabalhador, devia estar isolada. Não é o que parece.

Além disto, o guindaste esta encostado na fiação. A foto mostra o braço mecânico forçando a fiação para que a pessoa içada possa alcançar a altura desejada. Outra irregularidade mostrada pela imagem.

Felizmente não houve nenhum acidente envolvendo este trabalhador. Mas, e se um acidente tivesse ocorrido? Quem seria o responsável? O trabalhador, que aceitou as condições colocadas? O dono do guindaste, que devia se negar a içar uma pessoa sem os EPIs? ou os donos da casa comercial e do shopping, que contrataram o serviço e que permitiram que uma absurda irregularidade desta ocorresse na frente de todos, e pudesse ser registrada por alguém?

Fonte: Cidades On